Por Vitalina de Assis.
"Aprendo. Te aprendo, homem. O que a memória ama fica eterno.
Te amo com a memória, imperecível.” (Adélia Prado)
Parece-me que Adélia Prado encontrou o homem da sua vida, e o que é mais encantador, casou-se com ele. (Algumas mulheres o encontram, entretanto, não os reconhecem e vivem uma eterna insatisfação.) Acredito que ela não o tenha encontrado como idealizamos em nosso imaginário, um ser perfeito, lindo, irretocável! Seres assim existem? Dê uma espiadinha ao seu redor, levante o olhar, mire o mais longe que puder, encontrou-o? Mude de bairro, cidade, país, deparou-se com ele (a)? Este ser, nas entrelinhas de Adélia posso ler, não é e nem poderia ser a perfeição em pessoa, daí a necessidade imensurável de aprender e mais, tornar este ato, imperativo. “Aprendo. Te aprendo, homem.”
Encontrá-lo talvez não seja tão trabalhoso como procurar agulhas no palheiro, (Sinceramente? Estou quase preferindo fazer isto.) entretanto, segundo a brilhante escritora, o caminho é ingressar no mundo da aprendizagem e aprender, aprender, continuar aprendendo por uma vida inteira e reter na memória “imperecível” o que se aprendeu, pois a memória perecível “focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade”. Aprender nos custa e guardar na memória então, nem se fala. Sem pretensões de analisar o “Para o Zé” de Adélia Prado que, desconsiderando-se esquemas métricos e rítmicos poderia intitular-se: “Ode do Amor”, mas desconfio ter sido intenção da autora, primar pela simplicidade. Não são simples os grandes amores? Me responda você, pois quem sou eu para atrever-me a tanto. Deter-me-ei na epígrafe, não ousaria falar de grandes amores, não conheço um grande amor, não vivo um grande amor, mas desejo ardentemente encontrar o homem da minha vida, posso ao menos desejar? Encontrar ou aprender? "Aprendo. Te aprendo, homem. O que a memória ama fica eterno. Te amo com a memória, imperecível.”
Aprendemos algo novo todos os dias e por ser cansativo o ato de aprender, alguns sonham com uma aprendizagem “download”, seria incrível inserir um chip, baixar um programa, de preferência deitado confortavelmente em uma bela poltrona e zás... conhecedor do bem e do mal. Para Adão e Eva, tal conhecimento custou-lhe o paraíso e a vida eterna. Nada que vem fácil, sem custos, é sustentável a longo prazo. Adélia possui a consciência de que não se ama com o coração, estaria aqui seu segredo? Afirmamos amar com este órgão que bate em nosso peito, e Adélia, que a memória ama e mais, que o seu amar “memória” fica eternizado. Memória não é um órgão que se possa tocar, “memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações disponíveis”. Adquirir, armazenar, recuperar e em outras palavras: obter, consolidar, evocar, seriam estes, verbos conjugados pelo amor?
O amor não é simplesmente fruto do acaso, coincidência, sorte, golpe do destino, recompensa, embora muitas vezes nos pareça assim. O amor se conquista, é um bem que se adquire e que necessita ser consolidado dia a dia, pois vulnerável em alguns aspectos, pode enfraquecer-se ou optar pela inexistência, (Inexisto para você!) se tratado de forma leviana. Seria ele, caprichoso a este ponto? Por vezes o temos por perdido, esquecido em lugares de difícil acesso, exilado em outra galáxia, tão além do nosso merecer, entretanto, tão acessível, a um passo do aprender que precisa ser consolidado dia a dia com o intuito de fortalecê-lo, torná-lo sólido, “sabido”. Te amo com a “memória imperecível”, que aprendeu que amar é: o trabalho incessante de trazer à lembrança, reproduzir na imaginação, evocar o passado onde se amou e torná-lo presente, seja qual for a estação reinante, seja qual for a força dos ventos.
Belo texto e o amor sempre presente nas linhas e entrelinhas
ResponderExcluirbeijos
Vi,
ResponderExcluirNa espera de que "abrisse" este espaço mágico, onde eu pudesse colocar minhjas palavras, meu carinho, agradecimentos , li por mais de uma vez o último parágrafo de seu texto e
TOCANTE é a palavra que me vem à cabeça, direto do coração, ou ...
da memória, ou...sei lá de onde, para descrever a sensação provocada em mim!
finalizando com: "Não importa o vento...
Espero que ela deixe se ser meu algoz e se transforme em palavras tão belas quanto as suas!!
Beijos!!!!!!!!!!!!!!!!!
Querida,
Luto para esquecer!
A tal memória me persegue....
Foi construída dia-a-dia,
anos a fio...
O amor, um tema inesgostável. Lindo, lindo!
ResponderExcluirGostei muito!
Rosely Fantoni Silva Fantoni
ResponderExcluir14:22 (1 hora atrás)
para mim
Olá Vitalina,
Onde trabalho não posso ter acesso a blog, mas vai meu comentário.
Sua reflexão sobre o texto de Adelia Prado é bastante interessante. Ela remete o pensar, sonhar, refletir e porque não dizer aprender. A condição de aprendizado é o grande diferencial do homem, mas ao mesmo tempo o seu desafio: quer no amor, na vida, no ser...
Um grande abraço,
Rosely.
Obrigada Rosely,
Bjs.
...ah o amor!
ResponderExcluirQuerida amiga
ResponderExcluirO amor é para mim,
tudo o que sobrevive
a paixão...
Que sempre haja amor,
para alimentar de sentidos
sua vida.
Adélia Pardo sempre se manifestou com uma simplicidade encantadora. Pelo que depreendi de sua ótima postagem, ela colocou na memória a residência definitiva do amor. Mas essa memória, para produzir os efeitos desejados, há que merecer um filtro especial, que descarte o inútil e mantenha as belas lembranças, aquelas cuja reprodução é benéfica. E isso só se consegue em um constante aprendizado.
ResponderExcluirBjs.
Interessante texto!
ResponderExcluirO amor é uma fonte de vida que nunca se esgota. Belo texto!
ResponderExcluirObrigado pela visita.
Abração.
Olá minha amiga estou passando para conhecer o seu espaço.. e me deparo com o AMOR no ar.. Muitas pessoas não o acham por muitos motivos e outras ainda o impossibilitam por buscarem perfeição nele.. tudo se resume na maneira como o buscamos e o vemos e ele geralmente se encontra em pequenos detalhes muita das vezes despercebidos aos olhos nu.. um forte abraço minha flor e lindo final de semana..
ResponderExcluirMais do que ser ternura
ResponderExcluirÉ cativar corações e mentes.
Mais do que ser luz,
É colorir o universo de cores mil.
Mais do que ser ponte
É caminho seguro a seguir.
Acima do bem e do mal
Do que já houve
Do que há
E do que houver.
É fonte de esperança
É bênção insuperável
Entre os seres, inigualável,
De beleza extasiante
Dando-se por inteiro
Sem dia, hora, lugar
É bela, é forte
É fonte de amor
É mulher.
É mãe!
Um feliz e abençoado Dia das mães.
Tem um presente para você na postagem
ofereço com muito carinho.
Deus abençoe todas as mães do Mundo.
Evanir.
Mais do que ser ternura
ResponderExcluirÉ cativar corações e mentes.
Mais do que ser luz,
É colorir o universo de cores mil.
Mais do que ser ponte
É caminho seguro a seguir.
Acima do bem e do mal
Do que já houve
Do que há
E do que houver.
É fonte de esperança
É bênção insuperável
Entre os seres, inigualável,
De beleza extasiante
Dando-se por inteiro
Sem dia, hora, lugar
É bela, é forte
É fonte de amor
É mulher.
É mãe!
Um feliz e abençoado Dia das mães.
Tem um presente para você na postagem
ofereço com muito carinho.
Deus abençoe todas as mães do Mundo.
Evanir.
A Adélia tem a sabedoria de o conquistar.
ResponderExcluirFeliz dia das mães.
Abração.
O amor de mãe é perfume de rosas e toque de veludo...a memória eterna de momentos de ternura...um suave colo e uma doce recordação que para sempre viverá dentro do coração de quem elas mais amaram...os seres que são a carne da sua carne.
ResponderExcluirFELIZ DIA DA MÃE
Beijinhos com carinho
Sonhadora
Bom muito bom, realmente encontrar o verdadeiro amor não é tão fácil assim, mas deve-se sempre estar a procura, um dia encontra, e depois cultiva-se. Gentileza gera gentileza, agadecendo a visita, e te seguindo querida. Tenha uma semana abençoada e beijinhos carinhosos para ti. Seu blog é um encanto.
ResponderExcluirO amor é muito lindo...
ResponderExcluirUma boa semana para vc Vitalina.
beijooo.
Uau, como vc é inteligênte mulher, e como escreve hein! Perante uma grande obra de arte como é o seu texto, só podemos admirar! abraços
ResponderExcluirAcredito na força da atração, onde criamos tudo o que nos rodeia, escrevo muito sobre isso no Vale do Sol.
ResponderExcluirSomos o que pensamos então temos que pensar sempre no melhor e ele virá a nós, sem esforço, apenas exercitando a nossa extraordinária força realizadora.
Belo texto parabéns, bjs
.
ResponderExcluirQue legal. Você voltou com
mais cavalos de força im-
pulsionando a sua escrita.
Beijos,
Palhaço Poeta
.
jose alfredo gherardi 11:07 (36 minutos atrás)
ResponderExcluirpara mim
Querida Vitalina,
visitei com prazer o seu site e fiquei encantado com suas poesias.
Penso que todos tem virtudes,dons,qualidades e também defeitos.
Entendo que só aos poetas é reservado o dom de conversar com os anjos e passar o espírito pela escrita.
Querubins e Serafins,VIVA.
Obrigado,
José Alfredo.
Comentário de Luiz Mário da Costa em 8 maio 2012 às 14:18
ResponderExcluir(Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)
...se eu não te conhecesse, talvez, nem comentasse estes texto, me encontrei perdido dentro do seu texto entretanto me achei dentro na tua poesia:"O amor não é simplesmente fruto do acaso, coincidência, sorte, golpe do destino/O amor se conquista" muito já se falou sobre o amor e com certeza muito ainda irá se falar, cada poeta um mundo, cada um com sua peculiaridade. A sua diferença em poesia é que fazes e coragem; rasgando o verbos, costurando os pronomes pessoais, a sua diferença em explicidez acerca do amor tá nas verdades em que nem todos tem coragem de expressar, sei que o poeta vivi suas aventuras e narram muitos; mas existe poetas que enfeitam o amor em vocábulos quando a realidade é outra: "O que a memória ama fica eterno" foi justamente neste verso me achei por completo, que beleza, que expansão, que dimensionamento infindável de concepção; este verso faz a poeta Vitalina, manifestar que a sabedoria existe e está posta em prática.
Enfim um beijo na tua linda e digníssima inspiração.
Com carinho, Mário Bróis...