quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ou eu ou o Face.

 Por Vitalina de Assis.














Ou isto ou aquilo”
questionava Cecília
em minha infância já ida

Amor que se sustenta
condições não impõe
Amar é dar e receber
sem cobranças

Se o "Face" deseja triangular
em uma reta
menor distância
entre pares
que se tocam,
mas permanecem dois
Não há muito o que dizer
Autonomia pertence ao ser
Que gerencia e se garante

"Face" é face,
rosto é rosto
face livro
tudo exposto
Precisa?


Declarações ao pé do ouvido
no face por capricho?
Coisas de menino
que se exibe
e quer nota


Facebook!
cantaria Cazuza:

mostra sua cara
quero ver quem paga
pra gente ficar assim”

Uns pagam pra ver
outros pagam pra ter
e outros pagam pra quebrar tudo

E eu
pago pra que?

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O Irreal.

Por Vitalina de Assis.





Não sabia dizer o tempo sem olhar as horas,
não compreendia porque estava deitada naquele piso frio e se
sentia tão quente,
tão aquecida.
Não entendia as marcas das mãos,
do abraço,
não compreendia o gosto do beijo,
e a sua entranha
não seria capaz de descrever a intensidade com a qual fora possuída.

Entretanto,
sabia perfeitamente que o Irreal rompera como
ela,
com as  fronteiras que o separava do real.
Fora possuída,
não por sonhos,
não por desejos apenas.

Encolhida? Rendida? Presa fácil?
Rendida sim,
subjugada jamais.
Sua ânsia de ser possuída  despossuiu todo o recato
não houve espaço para o sóbrio, para o sensato.

O que se viu foi arroubo,
desacato,
irreverência,
despudor total...

O que era secreto,
revelou-se,
O que estava oculto,
surgiu na escuridão,
O que estava reprimido,
explodiu embebido em magia e fascínio...

E uma mulher comum,
que vivera gôzos tão inexpressivos em toda sua vida,
viu-se arrebatada em puro êxtase... Não havia limites.

Seu gozo expandiu-se
rompeu as raias do imaginário
fez tremer
e gemer toda sua carne.

                                                                    Um italiano saído de um chat,
                                                                 esteve ali e a fez mulher, fêmea plena.