Há momentos em que a vida coloca-nos literalmente contra a parede e aí, ou peitamos de frente ou continuamos vivendo os dias com uma insatisfação crescente. Em outros e talvez por este esteja aguardando a maioria, a vida toma-nos pelas mãos e coloca-nos gentilmente em um novo caminho. Fato é que nada muda no nosso exterior que não tenha sido elaborado interiormente. Mudanças só ocorrem efetivamente de dentro para fora, nunca ao contrário. Podemos mudar o estilo, encenar uma mudança, modificar nossa entonação de voz, corte, cor de cabelo, mudar nosso corpo de lugar como se muda uma mobília, entretanto bastará um click e a nossa velha natureza ressurgirá faceira e desafiadora. Mudar é um processo trabalhoso, algumas vezes doloroso, contudo aprendemos (ignorar esta aprendizagem é um erro) que a leveza e um olhar otimista, são ferramentas poderosas para esta empreitada.
Lembra-se do dia em que aprendeu a dar cambalhotas? Bastava uma superfície mais lisa e macia e lá estávamos de joelhos, reclinando o pescoço e segundos depois, assentados arteiramente do outro lado. Semelhante alegria em estrelas executadas ou subindo feito aranha pelos batentes das portas, era pura magia. Um leve descuido do olhar controlador e nosso mundo cambalhotava estreladamente ou parecia flutuar. Crescemos e estas peripécias se mudam do nosso cotidiano infantil, a leveza ganha peso e o olhar, perde os ares de otimismo. Então vem a “vida”, com sua maneira individual e peculiar a conduzir-nos ao crescimento. Inventa seus momentos “dejavú” e logo estamos nós às voltas com tais peripécias, desta vez nada lúdicas, pois nossa infância de brincadeiras ficou pelos meandros que a vida nos inventou. Entrelinhas, a vida enfatiza que a felicidade está inclusa nas cambalhotas e nas reviravoltas a que somos submetidos em dias atuais. Estão fundamentadas no bem estar da nossa alma e isto é o que realmente importa ou faz a diferença.
A leveza e olhar otimista asseguram um retorno saudável a memórias impregnadas de bons sentimentos e à certeza de que tudo que nos oprime, pode converter-se em ludicidades. Regressamos convictos de que cambalhotar, estrelar e flutuar são verbos a conjugar em qualquer fase ou circunstâncias de nossas vidas.
Quando a alma anda insatisfeita e o eu preocupadíssimo, já iniciou-se o processo: o descruzar dos braços, as mãos ansiosas para reter o novo e os pés principiando uma nova rota, tira-nos da mesmice que aprisiona. É hora de passear pelo “fantástico mundo de Bobby” ou melhor, reencontrar o nosso mundo lúdico e brincar com as circunstâncias. Você ainda se lembra de como se faz isto?
Olá Vitalina.
ResponderExcluirGostei muito do seu texto e concordo quando diz que mudar é um processo trabalhoso e como o é. Às vezes estamos tão engessados em um pensamento ou comportamento que sequer nos damos conta da nocividade. Em um belo dia levamos aquele tranco da vida e percebemos que a hora de mudar chegou. Você me proporcionou uma bela reflexão e o meu mundo fantástico de bobby recebeu minha visita para umas cambalhotas porretas, rs.
Bjs, fica bem.
Oi Silvio.
ExcluirÉ isto mesmo "engessados em um pensamento ou comportamento" que chegamos a pensar ser parte da nossa natureza, por isto as mudanças são doídas e algumas vezes pouco provável. Tem muita gente que acredita que pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto, mas se esquecem que basta um bom artífice para contrariar este provérbio e criar esculturas maravilhosas.
Brincar com as circunstâncias da vida, ter um olhar otimista, ter em mente possibilidades lúdicas para vencer os desafios com a mesma impetuosidade de uma criança que acha que pode e prova, fazendo. Hoje acho que não consigo literalmente dar cambalhotas, fazer estrelas, subir pelos batentes, mas acredito piamente que tudo pode mudar para melhor.
Bjs e obrigada pela gentil visita. Volte sempre.
Um texto muito interessante, para reflexão...
ResponderExcluirConcordo que "Mudanças só ocorrem efetivamente de dentro para fora, nunca ao contrário".
Beijo.
É dentro, nas nossas entranhas, no mais profundo do nosso ser que brilha a nossa luz, a luz de grandes e profundas mudanças, não é mesmo Graça? Temos apenas que tocar no interruptor para que a energia necessária às mudanças, possa circular livremente.
ExcluirEntretanto, reconheço que nem sempre é fácil, é como comentou o Silvio, alguns comportamentos são como gessos limitando nossos movimentos, mas gesso se quebra, tem seu prazo de validade e possui um propósito, restaurar o que se quebrou ou está comprometido. Vai-se o gesso, fica a mobilidade restaurada.
Bjs e volte sempre.
O
Oi Graça.
ExcluirÉ dentro do nosso ser, no mais profundo de nossas entranhas que se encontra a luz para as mudanças, mas reconheço que muitas vezes, permitir que esta luz e energia circule para fazer acontecer, é uma tarefa árdua.
Reconhecemos que precisamos dar uma guinada, seguir por outra estrada, mudar de postura, mas como bem disse o Silvio em seu comentário, algumas situações ou comportamentos parecem engessados. Mas gesso imobiliza por um tempo para a seguir, devolver a mobilidade. Gesso se quebra facilmente e é algo imposto e não natureza imutável. Podemos mudar a qualquer tempo, a partir do momento em que tocamos no interruptor interior capaz de liberar a energia necessária para estas mudanças. Basta um click.
Obrigada por comentar e se fazer presente.
Bjs.
Não é fácil livrarmo-nos de um hábito. Não basta, como alguém disse, jogá-lo simplesmente pela janela; há que azê-lo descer degrau a degrau as estruturas do nosso ser. Por isso mudar é trabalhoso, mas valerá a pena o esforço para a mudança quando sabemos que é para melhor.
ResponderExcluirUm texto muito interessante.
Obrigada pela tua visita e comentário no meu cantinho, Vitalina.
xx
É Laura, não é fácil livrarmos ou construirmos outros hábitos, mas é como disse, "degrau a degrau", passo a passo e festejando até as pequeninas conquistas. Tudo começa lentamente e vai ficando robusto com os dias, com os cuidados, com a disciplina.
ExcluirPrazer enorme ter você aqui também.
Nos vemos em outras postagens.
Bjs.
Um texto excelente,Vitalina! Mexe com a gente e me fez refletir sobre o bem que existe em certas mudanças! bjs,
ResponderExcluirObrigada Anne.
ExcluirDepois que tudo se normaliza, percebemos que tudo cooperou para o nosso bem e crescimento.
Bjs.
Boa noite Vitalina,
ResponderExcluirposso dizer ser a vida uma bela aventura.
Postura é o que nos falta para abraçarmos
as mudanças e nos responsabilizarmos
por nossas ousadias em nosso mundo,
como você cita o Incrivel mundo de Boby.
Adorei a postagem.
Bjins
CatiahoAlc./ReflexodAlma
É isto, postura e coragem. Em se tratando de mudanças, não há outra forma de empreendê-las. Invariavelmente elas chegam para todos, algumas vezes de maneira mais tranquila, embora não signifique que seja confortável, outras vezes vem bruscamente e nos vemos em um turbilhão. Só pensamos em respirar e sair bem do outro lado. Quando tudo se assenta, compreendemos que foi o melhor que poderia ter acontecido.
ExcluirObrigada.
Bjs.
Minha querida
ResponderExcluirUm texto muito profundo, como profundas devem ser as mudanças que queremos fazer dentro de nós.
Tinha saudades de passar aqui.
Minha querida
Realmente perante a natureza, vemos como somos pequenos e o tempo apenas um instante.
E sempre um prazer ler-te.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Oi sonhadora, que bom ver-te aqui.
ExcluirComo é bom saber que mesmo o tempo, sendo apenas um instante, temos nossas vidas recheadas destes momentos que carregam o poder de transformar nossos conceitos, a medida que os vivenciamos.
Mudar faz parte destes momentos e a nós, cabe elaborá-los.
Bjs.
Hoje so passando para
ResponderExcluirdesejar
Lindo domingo!
Bjins e meus sonhos e delírios
CatiahoAlc./ReflexodAlma
Bom dia Vitalina,
ResponderExcluirdou cambalhotas na poesia e na música,desabafo e volto renovada rs
obrigada pelo carinho
beijos
Yasmine,
Excluirme pergunto todos os dias o que seria de nós, se não pudéssemos nos expressar, através da arte, por menor que seja. Voltar renovada é a recompensa.
Bjs.
Como ando precisada dessas cambalhotas, dessas mudanças que teimam em me fugir.
ResponderExcluirTalvez porque a mudança não venha de dentro...
Beijinhos
Pérola,
Excluirpegue estes anseios de mudança pelo laço, rs. Algumas passam tão ligeiras pelo nosso âmago que pensamos estarem além. São faceiras, brincam de esconde-esconde conosco, mas não são tão fujonas assim. Lembra-se do laço?
Beijos e obrigada pela presença.
As vezes é preciso se desconstruir para depois se reconstruir focados no que realmente somos e nos faz feliz... Dá mais trabalho que mudar a cor do cabelo, é doloroso as vezes, mas é muito recompensador. Adorei seu texto, Vitalina.
ResponderExcluirObrigada pela visita.
Beijinho.
Olá o tempo das maçãs.
ExcluirDesconstruimos todos os dias e algumas vezes sequer construímos o que estamos a todo custo, tentando derrubar. Fato é que temos uma "engenheira" alma, e os dias nos ensinam que os projetos, invariavelmente, passarão por seu crivo. Confiemos em seus acertos.
Beijos e obrigada pela passagem.