Por Vitalina de Assis.
Falta de novidades tendem a silenciar-nos, compartilhar o quê? A mesmice cansou-nos e permanece irredutível? Entretanto, nada é igual ao ontem e engana-se quem imagina que os dias são os mesmos, que os sentimentos se repetem e que tudo permanece no seu devido lugar. A brisa que soprou, o vento que moveu folhas secas, a chuva que aquietou a poeira e amansou sensações, não volta a soprar, não volta a mover, tampouco se reinventa. Simplesmente segue seu caminho sem prender-se ao passado, aliás, faz questão de cortar as amarras. Prender-se ao passado? Fazer roer em lembranças infrutíferas, a corda que pode ser meu salvo conduto para emergir de lugares sombrios? Melhor lançá-la ao futuro, prendê-la em sonhos que sairão da inércia presente.
Viver focado somente no "agora" é tolice de quem que, como a cigarra da fábula , desejou apenar cantar e encantar-se com seu próprio mantra, ao passo que a formiga, soube usufruir do canto sem contudo cruzar braços na contemplação. Quantas horas, dias, meses, anos, escorrem ladeira abaixo enquanto a urgência do momento nos aprisiona em movimentos que não chegam a lugar algum? É tempo que perde o docente que finge fechar os olhos, enquanto fingimos não colar? O tempo acha graça de nossa ingenuidade, vira o rosto e sorri e o resultado, dirá o tempo em tempos perdidos: impossível recuperá-los. O aprender se torna efetivo na prática e tantos outros, na prática, nunca se aprende. Em meio a eles, a compreensão que se achega um dia, é martelo a ditar sentença: Tarde demais! E nós? Nas mãos, o fiapo de corda corroída ainda é forte, o suficiente, para prender-nos ao passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Queridos!
Seu comentário muito me honra!
Sinta-se à vontade para avessar comigo.
Beijos e até.