terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Em algum lugar.

Por Vitalina de Assis.




 
Um dia viajarei para lugares longínquos
onde sonhar
seja o ar a encher pulmões
e luz para recônditos esquecidos
Lugares espelhos que reflitam nitidamente
o que não vejo e  desconheço a meu respeito
que espelhem oportunidades que repousam sobre meus ombros

                                                          (não as culpo
                                                                         se cantei-lhe cantigas de ninar)

despertando-as desta inércia  que torna  lento meu andar
e  cumpram seu papel despertando-me também
                                                                         (não me culpo
                                                                                        se  cantei-me cantigas de ninar)

embora todos os dias um culpar me oculte em abraços

Lugares que resgatem vidas desatreladas do meu eu
que  espiam e desejam tocar-me
atrelar-se  novamente
ocupar vazios da minha alma que me custam
que degustam meu ser fortalecendo-se diariamente
não desejam albergar vazios que me enfraquecem
anseiam compor meu ser
vestir minha alma
libertar tantas e tantas
expulsar  tristezas que oprimem
                                                                                                                          (cantigas de ninar mortais matam
                                                                                      e finjo dormir)

Lugares artísticos aonde a arte de viver
pincele cores sobre o reinante gris
e súditos incolores,
serviçais submissos
apagados
e refeitos pinceis insubmissos
pinceladas
militantes da subversão
solapando sorrateiramente a moral do conformismo
                                                                                                                   
                                                                                                                    (Cantigas de ninar se calam  
ouço o retumbar dos tambores)
Lugares lúdicos
Prazer em fazer e ser
Ora criança, ora mulher
Ora me escondo, ora me acho
Ora compreendo minha essência
Aceito meus medos
e a solidão que me cerceia
parceira fiel
ora conflitamos

Entre jogos se habilita a disputa
não mais criança
nem tão mulher
apenas sobrevivo.
                                                                                                                                        (Cantigas de ninar,
                                                                            não mais. Silêncio.)

9 comentários:

  1. Em algum lugar ,possamos encontrar a felicidade que tanto procuramos ,adorei muito Vitalina muitos beijinhos

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  2. Querida Vi,

    Tão bom estas cantigas de ninar, tão bom saborear verdadeira poesia,refugiarmo-nos nas palavras que nos cobrem com lençóis de seda que nos faça sentirmo-nos no regaço da segurança.
    Volta sempre querida
    Eu voto logo, logo.
    Úm terno abraço, minha querida

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  3. Querida amiga

    Há sempre
    uma canção de ninar
    e um lugar
    para ir,
    segundo o nosso
    coração.

    Desejo que o amor,
    faça morada em seu coração.

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  4. Passei por aqui, gostei do espaço, e fiquei.
    Beijo.
    Ana

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  5. Comentário de GERSON ANTONIO ALVES em 21 fevereiro 2013 às 7:21
    (Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)

    FICOU ENCANTADOR QUANDO VI A ALMA VESTIR-SE DE CARINHO,PAZ E AMOR
    GOSTEI MUITO DE VER A ALMA DESLUMBRAR-SE EM BELEZA.ADOREI
    .

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  6. Comentário de Mario Antonio M S dos Reis em 18 fevereiro 2013 às 16:39
    (Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)

    Belíssimo poema. É uma viagem maravilhosa para algum lugar onde a alma possa transbordar todos os seus sentimentos em vivência e convivência numa inesquecível experiência.Beijo
    .

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  7. Comentário de selda moreira kalil em 16 fevereiro 2013 às 1:09
    (Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)

    Belo,inteligente e lindamente escrito
    Aplausos poetisa,gde beijo
    .

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  8. Comentário de Irene Duarte em 16 fevereiro 2013 às 0:18
    (Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)

    Amei os seus versos, amiga Vitalina; cheios de vida e muito bem estruturados... apenas tive um pouco de dificuldade pra ler; mas o brilho do seu texto é inegável.

    Parabéns. Bjoss

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  9. Comentário de Helio José da Silva em 14 fevereiro 2013 às 17:08
    (Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)

    Olá, que maravilha acabo de ler aqui, um espetáculo em versos, propiciou-me agradável leitura, parabéns.
    ..

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