Por Vitalina de Assis.
Meu beijo no esgoto agora são duas flores, nunca vi nada tão lindo e inspirador! Choca-me ver tanta vitalidade e vontade de se impor, não uma imposição forçada daquelas que descem pela goela abaixo doa a quem doer, mas um "Manifesto" pela vida, pelo simples fato de querer viver e ser feliz a todo custo.
Meu beijo no esgoto agora são duas flores, nunca vi nada tão lindo e inspirador! Choca-me ver tanta vitalidade e vontade de se impor, não uma imposição forçada daquelas que descem pela goela abaixo doa a quem doer, mas um "Manifesto" pela vida, pelo simples fato de querer viver e ser feliz a todo custo.
Me acompanhe nesta viagem.
Ao observar minuciosamente suas condições percebi para minha surpresa, que o mesmo brotara em um pequeno buraco na lateral do poço e não no fundo como era de se esperar. Com pouquíssima terra e nenhuma irrigação diária, se nutre das águas pluviais e uma vez por semana da água que lava o piso da garagem. Fica exposto o dia todo ao sol e às intempéries sem nenhuma proteção e cada dia que passa está mais imponente. Tento compará-lo a alguém que conheça e não consigo humanizar sua imagem, parece impossível enquadrá-lo em um personagem real, do nosso mundo real, próximo e tão parecido conosco, isto porque ele se impõe em um ambiente hostil com delicadeza e vigor. Delicadeza porque plantas ornamentais são frágeis, pelo menos nos dão esta impressão (nossa existência também o é e podemos escolher florir ou não). Vigor porque mesmo em local inadequado, sem as mínimas condições e contrariando toda regra, cresce a olhos vistos e por seu esforço e determinação é coroado com belas flores.
Suas flores levaram-me a pensar sobre o poder que possuímos de influenciar para o bem ou para o mal e aqui cabe um questionamento: onde e como tenho exercido esta influência? Minhas atitudes e comportamento tem sido positivos? Como não pensar no poder que possuímos de agregar outros à nossa visão ou ideia, e principalmente no poder que possuímos para “florescer”, ser um diferencial onde estamos plantados ou inseridos, como queiram. Estou florindo e permitindo que outros floresçam ao meu redor?
Foi-me sugerido retirá-la e plantá-la em terra firme, mas não sei se devo fazê-lo e apesar de sentir-me responsável por ela, sei que não está em mim o poder de prolongar seus dias de existência. Estaria tão forte se em terra firme, em um belo jardim estivesse cultivado? Ou sua situação adversa é o que lhe confere a força e sutileza para viver e driblar todas as adversidades? Acaso não farei mal maior ao retirá-la ainda que tenha as melhores intenções? Fico dividida entre o observar e tocar, observar e arrancar. Algumas de nossas interferências podem ser danosas, não é mesmo?
Ao observarmos alguém tocamos em sua vida e podemos conferir-lhes virtudes ou levianamente roubá-las ao tentarmos com nossa atitude, opinião, conselho (de graça ou taxado, necessário ou descaradamente dispensável) impor nossa vontade, nossos preceitos, nossa tosca visão de mundo.
Melhor então observar e deixar que amadureça, que a seu tempo (não no meu) seja capaz de expandir suas raízes, florir afinal. Somos a única criatura do universo capaz de exercer a imaginação criativa, livre o bastante para sonhar e mudar nosso destino, ou quem sabe apenas florescer e inspirar outras vidas. E... experimente ser um beijo, prova viva e incontestável, um totem em celebração e agradecimento à vida
Querida Vitalina!
ResponderExcluirFloresça onde está plantado é um tributo à generosidade da vida! A imagem e o seu belo texto levam-me a refletir e concluir que existe vida e beleza até no improvável.Amei o texto, amei a imagem. Quanta sensibilidade existem aí, dentro de você! Só alguém que realmente reconhece a generosidade da vida é capaz de perceber as suas sutilezas. Bela reflexão, ótima construção!
Bjs.
Erica
A arte de ser inconveniente
ResponderExcluirPor No Law
“Onde estiver seja lá como for, tenha fé porque até no lixão nasce flor” (Racionais Mc’s)
Em determinadas instituições podemos verificar que cada qual tem suas regras, leis, costume, acordos tácitos, modus operandis, e de acordo com tais premissas que verificamos os reais valores que ela possui. Valores esse que por inércia passam pelo crivo de nosso categórico imperativo, e tudo aquilo que retiramos é o resultado do que ela nos transmitiu. Muitos do Reis do passado tinham conselheiros que vos indicavam qual o melhor caminho a ser seguido, tais conselheiros eram, portanto guardiões de vários destinos, quer seja em uma guerra, quer seja os tratos do rei perante a sociedade. Essa conveniência de tais Reis não era benevolente, tão pouco virtuosa, pois essa responsabilidade sobre observar o que é melhor para os outros tinha por dever aquilo que é certo, mesmo que embasada no erro. E por que ele repassava essa enorme responsabilidade a outro, quando em suas mãos reinava a lei? Talvez por medo do erro? Talvez não sabia o que era certo? Ou talvez porque quando todos os outros viviam suas vidas em plena convivência social, ele “O Rei” somente descia ao clero para impor sua regra, sua norma, seu costume! Todos o obedeciam não porque gostavam, ou porque lhes davam a sensação de felicidade, obedeciam porque lhe eram impostos, não tinham escolha, pois abandonar o reino era opção cultivada por poucos, e no reinado mesmo com toda tirania do Rei era um lugar seguro. A prepotência do Reis os destruíram, seus erros os sufocaram, seus acertos não lhe recaíram os créditos, tudo isso porque o poder sempre emanou do povo, dos costumes que a “situação” lhe impuseram, desta foram retiradas suas condutas perante a vida, seu próprio código de ética.
Aprendemos com o passado, hoje repugnamos aqueles que nos ofertam a luz, porem, tenham a alma escura e sombria como a noite, não nos atraímos por aqueles que oferecem a felicidade a troco do sofrimento alheio, observamos vossas condutas e acreditamos que por mais que tenha razão naquilo que diz, suas premissas estão e são fundamentas no erro, naquilo que não nós é ético.
Por muitos que plantaram suas sementes em lugares impróprios morreram flores sem que ao menos que desabrochassem, ou pior, poderá nascer ervas daninhas, pois essa sim nasce em lugar impróprio.
Afinal todos temos nosso momento de Spike.
Porém esse momento é sempre inoportuno, e o inoportuno nunca é bem vindo.
Inoportunos são políticos corruptos, são traficantes, ladrões... e de qual classe você quer fazer parte?
Não desejo acredita no seu lado pior.
Somente duas flores!!!
ResponderExcluirAlgumas poucas palavras!!!
Lindo!!!!
A simplicidade foi tudo!!!
Chega!!!
Você disse tudo!!!
Bjossss!
Soninha
.
ResponderExcluirMesmo que eu pagasse o preço de passar
por outras bocas eu queria ser um beijo,
só para morar nos lábios teus...
silvioafonso
No Law, por que vc não se revela, vc não quer fazer parte do clube dos covardes não é?? Estes são piores que os ladrões e corruptos, devido a sua falta de posicionamento o que revela a natureza frágil de sua personalidade e não condiz em nada com a qualidade de seu texto..
ResponderExcluirVitalina, magnífico texto, aliás belíssima sequência! Seu texto deixa claro sua sensibilidade em colocar em palavras o que muitos não seriam capazes nem de enxergar. Parabéns.
ResponderExcluir.
ResponderExcluirO ringue foi armado com belas e
perfumadas flores ornando cada um
dos quatro cantos...
silvioafonso
.
Oi Vitalina.
ResponderExcluirOutro texto fenomenal. Pouquíssimas pessoas seriam capazes de notar tudo isto. Uma flor, esta foto, sua percepção é realmente um marco em celebração à vida.
Quero ter esta atitude deste beijo, ser um totem em celebração à vida.
Obrigada Deus por estar viva e por ser feliz mesmo em momentos difícieis.
Quaanto ao comentário do No Law, fiquei com pena desta mente (pessoa) tão negativa.
Bjs, fica bem.
Oi Vitalina.
ResponderExcluirÉ incrível como pequenas coisas podem ser descritas de uma forma tão harmoniosa. Gostei muito deste texto e da coragem desta plantinha em se impor. Quem dera fóssemos tão ousados em momentos inusitados.
Bjs e nos inspire sempre.
Comentário de Luiz Mário da Costa em 22 junho 2011 às 11:41
ResponderExcluir(Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)
- Estimada e iluminada poetisa Vitalina, sua decisão, não deve tomar outro rumo, deves continuar observando tua primogênita planta, porque ela está condicionada ao ambiente dela, qualquer mudança levará um longo tempo para repor-se. Porém, o teu poema/texto é de uma reflexão tão profunda, que não é qualquer divã de psicanalista, que vá se equiparar, teu poema nos leva a uma realidade nua e crua, de não deixarmos que a vaidade ultrapasse os limites do natural, por isso que as pessoa se tornam superficiais, e a planta não, a não ser artificial que é outra história fico feliz pela sua poesia.
Abraços amigável.
Mário Bróis...
Comentário de Márcia Fernandes Vilarinho Lopes em 23 junho 2011 às 12:49
ResponderExcluir(Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)
Teu poema é uma exposição clara de amadurecido respeito. Houvera a plantinha qualquer definhamento a demonstrar, e, então, talvez fosse o caso de ajudá-la a se restabelecer, como fazem os jardineiros, médicos das plantas, aqui na terra, porém, assim com a descreves forte, em função das adversidades que enfrenta, linda pela força com que se alimenta, e, sobretudo, no seu próprio tempo de enraizamento e florada, como os filhos do nosso ventre, então, concluo, que de cima vem o exemplo Criador, a cada um ao seu tempo, com o respeito daqueles que mais que Criar sabem o AMOR. Lindíssima flor. Lindíssima você, na capacidade de abstrair tamanha reflexão, para dividir conosco.
Beijos.