quinta-feira, 2 de junho de 2011

As duas faces da moeda.

  Por Vitalina de Assis.

Amor e cumplicidade são as duas faces da moeda? Ou a cumplicidade é o conhecido Amor,   em sua forma feminina?





O poeta advertiu ou afirmou:  “Que seja eterno  enquanto dure”. (Que mania temos de trocar as coisas) Não disse: “eterno enquanto dure", o poeta Vinícius,  "mas que seja infinito enquanto dure”.  Peço então licença poética para insistir nesta troca. O que exatamente está  sugerido que seja eterno enquanto forma ou existência? Atrelamos esta fala ao amor que pauta ou deveria pautar e alicerçar as relações, no entanto, estaria ele de fato falando  do amor?  Eterno e durabilidade são sinônimos e não antagônicos, mas como em poemas ou em  prosa tudo é permissível, gostaria de fazer  aqui  uma outra releitura,   pois a vida é assim: Uma instigante criatura que não deve ser rotulada ou inserida em formas compactadas como se não houvesse sequer a possibilidade de mudanças. Quando obtusos em relação a isto,  praticamos  um erro e ficamos  à margem do que significa e nos propõe a vida todos os dias.
Aproprio-me da máxima do slogan do guaraná Kuat: “Abra sua cabeça” e como não poderia deixar de ser neste contexto: “Abra seu coração”! O que realmente faz perdurar um relacionamento nos dias de hoje? Amor? Paixão? Vontade? Determinação? Filhos? Objetivos? Dinheiro, ou a falta dele? Medo? Insegurança? Conceitos arraigados? Ou mais contemporaneamente falando, (sejamos  realistas) o que provoca o rompimento, o “The End” da relação? E esta lista prosseguiria por páginas, no entanto,  pontuo aqui. Deixei propositalmente um item de fora, falarei dele mais a frente.

E o que são,  ou como são  os dias de hoje? Dias de hoje são meio “fast-food”. A impressão que temos é de  que as horas continuam com os 60 minutos cravados no relógio, porém    escoando bem mais rápido como se a abertura pela qual tenha que passar a “areia do tempo,”  tivesse sido adulterada. A este modelo, "rápidas e facilmente digeridas" adequamos também nossos relacionamentos. Nutridos para o amor e  para mais uma lida nos “dias de hoje”, voltamos para o trabalho e  para os relacionamentos  supostamente alimentados e na  verdade,  estamos  nos desnutrindo dia após dia sem a percepção do fato, até que...
Voltemos ao que interessa por hora. Não citei na  lista acima o que considero  ser “o pulo do gato” das relações em nossos dias  e não refiro-me  ao amor do qual talvez tenha cogitado  o poeta, e  que  deixando nas entrelinhas seu antagonismo ou sua fase realista bem demarcada,   “enquanto dure”, sugere que o amor pode não ser duradouro, ou quem sabe dê uma trégua por dias, semanas, meses, ou ainda saia  de viagem de férias sem bilhete de volta, no entanto,  ainda se é possível manter uma relação, sociedade, parceria.
CUMPLICIDADE é a bola da vez e não falo de crimes, ok? Definimos cumplicidade por: “Quem colabora em, ou participa com outrem de algum fato; parceiro”. Ressalto aqui: COLABORA, PARTICIPA DE E COM, PARCEIRO.
Onde há colaboração, participação, parceria em prol de um objetivo em comum (no amor, ou na guerra) é certo que,  apesar dos contratempos (nada vem de mão beijada, ou sem suor e lágrimas) pode-se manter qualquer empreendimento e mais, obter sucesso. No amor a “cumplicidade” é uma fortíssima aliada, é ela quem nos permite kuatar, (abrir a cabeça)   e o coração” para os “vãos”, “sonhos”, “desejos” e tudo mais que possa fazer frente ou obscurecer  os relacionamentos em dias atuais.
Fica aqui uma pergunta no ar: Amor e cumplicidade são as duas faces da moeda? Ou a cumplicidade é o conhecido Amor, em sua forma feminina?

11 comentários:

  1. Adoooro D.R. rs. Seu texto é leve, amoroso, um grito de alerta...
    Mas sabe? Eu gosto quando existe na relaçao algo melhor que o amor: a cumplicidade....é a forma doce de nao permitir que o tempo distancie.

    Beijao

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  2. Vi, minha querida amiga!

    QUE TEXTO! Algumas sensações aqui dentro se misturam e me fazem refletir sobre o meu momento atual. Sempre acreditei que amor e cumplicidade andavam de mãos dadas em uma relação bem-sucedida. Depois, a vida, estranhamente, me mostrou o contrário: Às vezes você ama uma pessoa do fundo do seu coração, mas não encontra em parte alguma dela, vestígios de cumplicidade... Depois de tanto buscar o entendimento, encontrei sim uma explicação: O amor segue em outra via e a cumplicidade só se apresenta quando há um grande objetivo em comum...

    Amei, como sempre!

    Beijos, querida amiga!

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  3. Ufa! Até que enfim consegui dar uma passadinha por aqui. Como sempre, adorei o texto! Acredito que amor e cumplicidade caminham juntos. No início, até pode-se acreditar que o amor basta, mas, com o tempo, percebemos que sem cumplicidade, companheirismo o amor tende a acabar. Amor sozinho não basta!

    Beijos amiga. E até a próxima.

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  4. Ei Vitalina,
    sei que lê o Palhaço Poeta,
    confere e comenta esse extraordinario texto dele aqui:http://reflexosespelhandoespalhandoamigos.blogspot.com/2011/05/de-volta-casa-parte-iii.html
    Todas as segunda ele é nosso colunista e certamente adorará te-la por la por seus textos, confere e se gostar leia toda segunda.
    Bjins entre sonhos e delírios

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  5. Muito bom seu texto. A cumplicidade, em meu entender, não é visão feminina. Ela ter que existir em qualquer tipo de relação verdadeira. Nós a encontramos, com facilidade, na amizade, talvez porque os amigos são mais autênticos. Já , no lado do amor, embora indispensável, é mais difícil de ser encontrada.

    Bjs.

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  6. O amor propõe cumplicidade sim, no masculino e no feminino, não há distinção aqui. A propósito, em princípio o amor não distingue sexo.
    cadinho RoCo

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  7. Olá, querida!

    Quero agradecer sua visita; eu tb. adorei seu blog, vou passar sempre por aqui.
    Tenha uma ótima semana.
    A paz do Senhor ao seu coração.
    bjs.
    Edna

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  8. Vitalina,

    Seguindo o exemplo da moeda, uma das faces é cumplicidade a outra será a partilha!... São as duas condições sem as quais nenhuma relação sobrevive!


    Beijos!
    AL

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  9. tudo termina misturando-se, mas, são sentimentos diferentes, intensos, que mexem com a gente. Gostei muito do seu texto.

    beijo querida

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  10. Texto lindo, acredito que a cumplicidade é um pouco difícil de encontrar na parte masculina. Mas no amor tem que ter colaboração, participação, parceria, cumplicidade, assim acredite que dê certo. Parabéns pelo texto. Um abraço!

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  11. Amiga,
    Passando para agradecer a sua visita, contrariamente ao que é costume no fast-food dos dias...resolvi sentar-me...e saborear...
    O seu "récit" é de uma profundidade tal, que não é compatível com um comentário bloguístico...
    AVESSA a tudo o que é avesso para mim, não o sendo porém em relação à cumplicidade que se completa com a partilha.
    Ainda há blogs muito inteligentes...
    Abraço

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