sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ouvindo o inaudível.

Por Vitalina de Assis.


Passamos uma vida inteira buscando  respostas e certamente algumas,  ao longo de nossa existência, jamais serão compreendidas, (disse compreendidas) outras brilhantemente sim.
Somos a somatória do que aprendemos no nosso núcleo familiar, do que nos ensinaram na escola, do conhecimento de mundo adquirido por experiências apreendidas, vivenciadas, e pelo uso diário que fazemos de nossa autonomia (compreendendo-me com um ser desvinculado de “a” ou “b”). Acrescida com o passar dos anos de maturidade, nossa autonomia logo compreende que o livre exercício do querer, não tão livre quanto imaginávamos de fato, requer um suporte. Assimilado isto, percebemos uma sabedoria universal e disponível sempre que nos encontrarmos diante do desconhecido, ou de bifurcações que nos exijam uma escolha.
Quantas vezes necessitamos de um direcionamento e, ainda que  conselhos chovam sobre nossa cabeça, talvez nenhum deles tenha o mágico poder de aliviar-nos. O que fazer então? Desesperar-se? Fugir de tudo e de todos (para que ir tão longe em busca de respostas?) como se isto fosse o “abre-te sésamo”? A solução ideal?
Que tal buscarmos a tão desejada resposta no nosso “eu” interior? Não faço alusão ao “eu” do centro, o qual nos torna egocêntricos, avessos a conselhos, ou mudanças.  Refiro-me ao “eu” que está conectado com o Divino que tem todas as respostas e pode facilmente, apontar-nos uma alternativa ainda não cogitada, uma saída de emergência, um plano "b".
Este “eu” interior nada egocêntrico, é uma porta aberta para aquela doce voz que se recusa a falar no 'vento', no 'terremoto', no 'fogo', mas que prontamente fala e é possível ouvi-la na brisa, na leveza do ser, no aquietar dos sentimentos conflitantes, na necessidade de um socorro ou conselho que está além do amigo, além das profecias, além do terapeuta, além das muitas vozes.        
Nosso eu interior carece de um “enfim sós”  quando todos se foram, quando a porta fechada está , quando reina apenas o silêncio para ouvirmos o que realmente importa. Em nossa conexão com o Divino está o "seguro" , ou “selo” de autenticidade que nos capacita a assumir o controle.
Não está ligado a doutrinas, líderes espirituais, livros de autoajuda, ou algo semelhante. Trata-se apenas do nosso bate fone vermelho, o linha direta com quem tem todas as respostas e saídas estratégicas. Como ouvi-lo? Como acessá-lo? Como beneficiar-se de seus conselhos infalíveis para uma mudança de comportamento, pensamentos, ou um novo direcionamento?
Não é difícil, mas também não  será um  mar de rosas, uma vez que silenciar e aquietar-se  soa absurdamente impossível em dados momentos.  Quando tudo em nós deseja gritar e chutar o balde,  insinuar-se como o politicamente correto, dê um tempo, respire fundo e ouça sua voz interior. É perfeitamente possível que em meio a este turbilhão no qual  se encontra, uma luz brilhe em seu caminho, uma voz faça toda a diferença. Ouça!

9 comentários:

  1. Vitalina,que texto maravilhoso!Muito coerente e profundo!Há momentos que necessitamos mesmo desse silencio para ouvir o que de fato desejamos!Lindo e sábio ensinamento!Bjs,

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  2. E essa voz se faz ouvir, realmente. Quando colocamos a cabeça no travesseiro e entramos em mundo diferente, ela costuma se apresentar e nos trazer, na manhã, a luz que procurávamos.
    Quando adiamos um comportamento, ela novamente se apresenta, evitando desgastes e dores.
    Ficar a sós conosco traz grande sabedoria.
    Excelente seu texto!
    Bjs.

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  3. Li e reli. E adorei!

    Quanta verdade dita de um jeito bom, com o calor, o gestual e a proximidade de uma deliciosa (e necessária) conversa!

    Adorei conhecer você e esse espaço tão especial, Vitalina! E agradeço, de coração, o carinho e a maciez das tuas palavras...

    Quanto aos seguidores, vc tem razão... Retirei dos meus blogs a visualização desse recurso, por pura falta de jeito de lidar com isso... rs

    Um super beijo a você e parabéns pela qualidade e beleza do que encontrei aqui!

    Meu carinho.

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  4. .


    Eu te esperei por pouco tempo, eu sei.
    Talvez a vida inteira, não me lembro.
    Mas foi tempo suficiente para envelhe-
    cer a minha pele, embranquecer os meu
    cabelos e curvas o meu corpo de cansa-
    ço. Só o meu amor continua como quando
    tudo começou; pulsando forte, dentro
    de mim.


    silvioafonso






    .

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  5. O comentário que segue é de uma grande amiga, Manuela Barroso, Manu querida. Como não tem conseguido postar por problemas técnicos que por vezes enfrentamos por aqui, pediu-me que o publicasse, segue:


    "Não é só uma exposição!.É um mundo de conceitos que se abrem de par em par mas tão longe da contemplação. Porque contemplar requer silêncio e esse, é a "voz de Deus" cuja presença estará algures nesse nosso Eu-essência, mas longe da paz necessária para a co-habitação com um Eu Superior.

    Os líderes estabelecem metas. Mas o nosso Eu tem propósitos, porventura mais inquietantes, mais profundamente divinos! E é aí onde nos encontramos. No nosso Eu, com a paz do silêncio, nas profundezas e mistério do Universo.
    E é aí onde se encontra uma espécie de felicidade, porque essa está em nós, porque nós estamos com e no nosso Eu!
    Um grande post! Uma impressionante sensibilidade!"

    Um abraço, Vi!
    Manuela Barroso


    Tenho-me lembrado muito deste espaço. Porém, não tenho conseguido que os comentários sigam. Fiquei impotente.
    Volto.E hoje tem um assunto que me é particuarmente caro! O nosso "Eu".Sim, não o "eu" do "eu" dos outros. Mas o Eu-Essência, o Eu-Divino! E como a entendo! Mi vezes parabéns por tão lindo, delicado e maravilhoso assunto-tema. Só acrescenta ainda mais a admiração por este canto nada "avesso"! Mas muito, mesmo muito especial!
    Grande abraço
    Manuela Barroso

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  6. Passando para deixar um abraço na hipótese de novas dicas!
    Bji

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  7. a procura desse eu interior é um trabalho, que demora tempo, ao longo da vida, mas é a atitude mais importante, tanto os problemas como as soluções estão dentro de nós, e só nós as podemos resolver.

    um abraço poetico

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