quarta-feira, 20 de abril de 2011

ENXERGANDO A PÁSCOA COM UM OLHAR DIFERENCIADO.


Por Vitalina de Assis.



A Páscoa nunca deixará de trazer à nossa memória o maior e mais importante evento do Cristianismo: a morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo, e de quão gratos devemos ser por tamanho sacrifício, entretanto, quero caminhar por uma outra faceta da mesma e dialogar com você. A Páscoa foi instituída quando Israel era escravo na terra do Egito e, quando as medidas desta escravidão já não comportavam mais uma nação, clamaram por liberdade.

Tudo na vida possui uma medida e é no transbordar destas medidas, sejam elas aparentemente saudáveis, ou aparentemente enfermas é que visualizamos a possibilidade do êxodo. Deixar uma vida de escravidão para trás e se lançar para uma vida de liberdade não é fácil, tampouco confortável. Os pensamentos e atos, supostamente livres, não sabem exercer a autonomia, não foram treinados para isto e se não formos ligeiros, atar-se-ão novamente ao antigo feitor. Ciente deste comportamento nocivo à liberdade, os israelitas receberam de Deus uma orientação a ser seguida à risca, pois disto resultaria, o sucesso do êxodo.

“Desta maneira o comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do Senhor.” (Êx.12:11)

Não entrarei em maiores detalhes, basta dizer que deveriam se alimentar de um cordeiro sem mácula por família e que não deveriam fazê-lo em festa, em uma mesa bem posta, e com tempo aprazível para degustar tal banquete. Deveriam comê-lo já preparados para “bater em retirada”, vestidos apropriadamente, sandálias em “punho”, cajado (instrumento indispensável para a grande travessia) e à “pressa”.

Ôpa! Não é a pressa a inimiga da perfeição? É o que dizem e é no que  a maioria acredita e alguns seguem pela vida entoando o mantra: “Ando devagar porque já tive pressa”, veem seus dias arrastando-se lentamente e quando se dão conta....Sobra-se então vacilo, desistência, comodismo, inaptidão para romper, e uma vida à margem da plenitude.

Aquela nação escrava não poderia correr o risco de ser seduzida pela escravidão e abrir mão da liberdade, que a Páscoa acenava-lhes. Quantas “páscoas” ainda teremos que vivenciar para enfim sairmos do cativeiro? “Comê-lo-eis à pressa, é a Páscoa do Senhor”.

Suas medidas estão transbordantes? Ser refém desta situação já é quase impraticável? Alie-se à “pressa” e perceba que os dias estão repletos  de oportunidades e  muitas delas significam deixar velhos hábitos que nos escravizam, abrir mão de zonas de conforto que estão mais para momentos de guerra civil,  e optar pelo exercício de nossa autonomia, o caminho para uma vida de liberdade.

Por vezes precisamos nos libertar de alguns pensamentos nocivos, opressores, que nos mantêm cativos em lugares incomuns sem a menor possibilidade de ascensão e progresso. Páscoa também é  isto, o  momento ideal para fugir rapidamente de situações que nos oprimem.

11 comentários:

  1. Lindona,
    Neste vocativo, usei o aumentativo, porque quero exemplificar a imagem que me veio`a cabeça quando li seu texto: como uma brilhante "nave" cobrindo meus pensamentos: linda, "LINDONA".
    Não sei, agora, descrever melhor esta tal imagem, ou melhor, esta sensação, porém sei que é "LINDONA"!!!
    Ficarei por aqui, pois quero continuar com esta sensação "LINDONA"!!!!

    BJOOOOOOSSSSS

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  2. Que doces palavras! não encontro escritos para descrever a intensidade de tuas palavras! ;)
    Obrigada por sua terna visita,adorei seu comentário.
    Volte quando puder!
    Beijos no coração.

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  3. Olá Vitalina.

    Não tem ideia de como encarei esta páscoa com outro olhar. Se me permite a Soninha a liberdade, quase me senti da mesma forma que descreveu. Fui coberta por uma nova comprensão e posso dizer que "exodei" de uma situação que insistia em persistir. Só depois da leitura tive ímpetos de sair, de bater em retirada.

    Bjs,

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  4. Vitalina,

    Olhar a Páscoa com um outro olhar foi para mim deveras estimulante. Normalmente olhamos a Páscoa na sua vertente mais profana...
    Adorei o texto!


    Beijos meus...
    AL

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  5. .

    Hoje o caseiro tirou o dia para filosofar
    entre o real e o incrédulo do abstrato. Eu
    não sei se devo isso à sorte de tê-la
    graciosa entre os meus amigos mais
    audaciosos no tocante à pesquisa e ao
    conhecimento adquirido das grandes
    metrópoles ou se é questão de sorte em
    sabê-la minha, muito minha amiga.
    - Vitalina É um privilégio
    compartilhar escrita com pessoa tão
    simples e competente como você.

    silvioafonso





    .

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  6. Querida Vitalina.

    Texto surpreendente! Juro que nunca tinha percebido a páscoa com este olhar. Aliar-se á pressa para sair de situações que já raiam o insuportável, é o segredo.

    Quantas vezes postergamos um pouco mais, amanhã quem sabe, quando isto ou aquilo acontecer e ficamos cada dia mais presos.

    Deus realmente é muito sábio e conhece melhor do que ninguém, nossa natureza humana.

    Bjs e até.

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  7. Nossa, que lindo texto! Quantas vezes já me perguntei como fazer para me livrar do que me oprime, sem sucesso... acho que é hora de começar a apressar o meu passo!

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  8. Alô Vitalina!

    Olha!! Há muito não lia algo tão especial, e digo isto porque nunca li uma abordagem como esta sobre a páscoa, ou como ela foi instituida.

    Sua analogia com os nossos dias foi perfeita! Andamos devagar com tantas coisas que precisam de urgência e atitude e a nossa vida vai se diluindo em dias de insatisfação ou muito aquém da sua plenitude.

    Folga saber que podemos mudar, e como bem disse a Eliana Lee, bom apressar o passo!

    Bjs.

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  9. Vitalina,
    Passando para desejar uma semana de bençãos para ti!
    Um beijo

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  10. .

    Fiquei feliz e honrado com a sua
    presença e suas palavras lá em casa.

    silvioafonso






    .

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  11. Atrasado mais sincero, FELIZ PÁSCOA! Muitos chocolates na tua vida...

    Abraços, amei o teu texto...

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Queridos!

Seu comentário muito me honra!

Sinta-se à vontade para avessar comigo.

Beijos e até.