terça-feira, 8 de março de 2011

Avessando.

Amigo Palhaço poeta!

Todas as vezes em que venho aqui  sempre encontro entre linhas e entrelinhas , o que explicitamente é gritado aos quatro ventos, ou segredado  de forma quase imperceptível entre letras e sinais, entre o dito e o não dito,  que tua alma canta o amor, que tua alma além das medidas ama e que tua alma além das medidas também,  é amada, ou não? Nunca saberei dizer ao certo,  porque em nossa vida tudo é tão incerto quanto certa é a  certeza de que uma eternidade nos aguarda e  que uma vida talvez seja muito pouco para se vivenciar tão grande amor, tão grande  entrega, ou ainda uma busca sem tréguas e sem descanso por algo que nem sabemos definir e imaginar o que seja.
Que importância tem tudo isto afinal?
Algumas coisas nunca serão matematicamente explicáveis,
Algumas coisas nunca serão metaforicamente entendidas,
Algumas coisas nunca serão vivenciadas em sua essência, porque da essência nada sabemos.
Algumas coisas nunca serão vistas, tocadas, mas.......
Algumas coisas sempre caberão de A a Z e mãos hábeis serão capazes de, em supostos desenhos aleatórios deixar escapar e vergonhosamente,  anunciá-las.


Isto postei para o meu amigo poeta (Silvio Afonso) , e compartilho avessamente comigo também, pois minha alma grita nesta manhã de carnaval que gostaria de estar entre máscaras, talvez de  Arlequim, Pierrot, Columbina quem sabe, ou abrir um dos vértices do triangulo,  ( Pierrô ama Colombina, que ama Arlequim, que, por sua vez, também deseja Colombina)  e criar uma nova modinha, ou ainda avessamente,  de mim mesma.  
Não me atrevo a tanto. Hoje não estou vestida para desvestir-me. Estou nua e minha nudez há de ser castigada, porque dias de nudez  raros e especiais, não se misturam aos dias anormais que, supomos em nossa filosofia de almanaque serem normais e enfadonhos. São estes os que nos secam, os que querem beber insaciávelmente nossa essência  e não se dão por vencidos ainda que suas medidas transbordantes estejam.  Então, quedo-me aqui e permito-me lacrimar meu vazio e inconstância, permito-me ao esmorecer de minhas forças, permito-me ao fraquejar de minhas pernas e ao vacilar das minhas mãos (não são tão hábeis para reter, gostaria muito que fossem) apenas para viver o avessamente de mim mesma.  Há momentos em que o fragilizar é o mais honesto e politicamente correto a se fazer. Esvaziar, esvaziar e lá na curva à  frente, deixar-se encher de novo e de novo e mais tarde, quem sabe no próximo carnaval, repetir o ciclo.
Que vivam os desenhos aleatórios de A a Z que nos permite expurgar demônios e bruxas.

7 comentários:

  1. Esvaziar para não estourar...Quem não precisa disso de vez em quando? As vezes é preciso chorar, deixar transbordar, vir à tona uma verdadeira enchorrada para lavar o coração das nossas crises existenciais.

    Parabéns pelo nosso dia!

    Bjs.

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  2. Queridíssima!!!

    Meu comentário sumiu!!!!!

    POR AGORA:

    Que texto lindo!!!!
    Como uma melodia, tocou-me profundamente!!!

    Bjosssssss

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  3. Vitalina, querida!

    Que saudade eu sinto de você... E entendo esse misto de vazio, inconstância e fragilidade. Entendo e acredito que ser sensível ao ponto de sentir com verdade a textura da vida não é fácil. Ser um personagem real da nossa própria história, também não. Mas nem todos os dias são favoráveis e entender esses intervalos que a vida dá entre um momento feliz e outro, requer coragem. Coragem para recomeçar após vazio.

    Amei o texto que escreveu para o Silvio! E amei também a forma como definiu o seu momento atual. Vi tudo com imensa poesia... E de um jeito que só você sabe fazer.

    Bjs carinhosos,

    Keka

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  4. Querida amiga!

    Perfeito: "Algumas coisas nunca serão vivenciadas em sua essência, porque da essência nada sabemos."

    Você acertou em cheio! Quem poderá em sã consciência afirmar que chegou na essência de algum sentimento, porque na verdade nada sabemos, só conhecemos em parte e talvez nem neste nível ainda.

    Entendo seu sentir descrito aqui, sua coragem e fragilidade em perfeita harmonia. Gosto muito de tudo que escreve, pois você permite que sua sensibilidade dite as letras e de A a Z (permite?) escancara seu verbo. Lindo, amei.

    Bjs.

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  5. Garota!

    Você não pode imaginar como curto tudo que você escreve. Espero ansioso pela publicação de seus livros, estão a caminho, não estão?

    Bjs, muito sucesso para ti.

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  6. Oi Vitalina.

    Tem dias que estamos assim: frágeis na concepção máxima da palavra, então, nada como viver este momento, deixar-se esvaziar e se reerguer depois, mais forte, mais esperançosa.

    Bjs.

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  7. Oi Vitalina.

    Tem dias em que estamos assim, caidinhas, mas nada como um dia após o outro.

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Queridos!

Seu comentário muito me honra!

Sinta-se à vontade para avessar comigo.

Beijos e até.