Sente
Por Vitalina de Assis.Pareceu-me uma arte.
Puramente obra de arte
Pareceu-me obra de artífice
Sem igual poder entre homens
Que humanas mãos e falhas poderiam
Em séculos de existência
Reproduzir tal feito?
Criar tamanha arte?
Sorriu minh'alma
Achou graça da falibilidade
De artífice que vive aqui ou ali
Que hoje respira
E amanhã termina
Em um sopro
Um suspiro
Folha seca
Varrida ao vento
Evoquei
Se tuas obras ficam
Podem por capricho do destino
Extinguirem-se também
Mas este poder
que a tudo desenha
Que às ondas dá vida
Que aos céus
Pinta cores sem igual
A este Poder
Reverencio
Passa o mar
Passam as cores
Cala o vento
Cessam os amores
Não filma ninguém
O Poder?
Ah!
Este Poder?
Não se explica
Sente.