sexta-feira, 16 de maio de 2014

O Fantástico mundo de Bobby, ou seria o meu?







Há momentos em que a vida  coloca-nos literalmente contra a parede e aí, ou peitamos de frente ou continuamos vivendo os dias com uma insatisfação crescente. Em outros  e talvez  por este esteja aguardando a maioria, a vida  toma-nos pelas mãos e coloca-nos gentilmente em um novo caminho. Fato é que nada muda no nosso exterior que não tenha sido elaborado interiormente. Mudanças só ocorrem efetivamente de dentro para fora, nunca ao contrário. Podemos mudar o estilo, encenar uma mudança, modificar nossa entonação de voz, corte, cor de cabelo, mudar  nosso corpo de lugar como se muda uma mobília, entretanto bastará um click e a  nossa velha natureza ressurgirá faceira e desafiadora. Mudar é um processo trabalhoso, algumas vezes doloroso, contudo aprendemos (ignorar esta aprendizagem é um erro) que a leveza e um olhar otimista, são ferramentas poderosas para esta empreitada.

Lembra-se do dia em que aprendeu a dar cambalhotas? Bastava uma superfície mais lisa e macia e lá estávamos de joelhos, reclinando o pescoço e segundos depois, assentados arteiramente do outro lado. Semelhante alegria em estrelas executadas ou subindo feito aranha pelos batentes das portas, era pura magia. Um leve descuido do olhar controlador e nosso mundo cambalhotava estreladamente ou parecia flutuar. Crescemos e estas peripécias se mudam do nosso cotidiano infantil, a leveza ganha peso e  o olhar,  perde os ares de otimismo.  Então vem a  “vida”, com sua maneira individual e peculiar a conduzir-nos ao crescimento. Inventa seus momentos “dejavú” e logo estamos nós às voltas com tais peripécias, desta vez nada lúdicas, pois nossa infância de brincadeiras ficou pelos meandros que a vida nos inventou. Entrelinhas,  a vida enfatiza que a felicidade está inclusa nas cambalhotas e nas reviravoltas a que somos submetidos em dias atuais. Estão fundamentadas no bem estar da nossa alma e isto é o que realmente importa ou faz a diferença.

A leveza e olhar otimista asseguram um retorno saudável a memórias impregnadas de bons sentimentos e à certeza de que tudo que nos oprime, pode converter-se em ludicidades. Regressamos convictos de que cambalhotar, estrelar e flutuar são verbos a conjugar em qualquer fase ou circunstâncias de nossas vidas.

Quando a alma anda insatisfeita e o eu preocupadíssimo, já iniciou-se o processo: o descruzar dos braços, as mãos ansiosas para reter o novo e os pés principiando uma nova rota, tira-nos da mesmice que aprisiona. É hora de passear pelo “fantástico mundo de Bobby” ou melhor, reencontrar o nosso mundo lúdico e brincar com as circunstâncias. Você ainda se lembra de como se faz isto?